sexta-feira, 19 de abril de 2013

Nova evangelização


“O mundo de hoje não necessita de um novo Evangelho, mas de uma nova evangelização com o poder do Espírito Santo.“
Estas palavras foram extraídas do livro “Jesus é o Messias” do Pe. Emiliano Tardif e José H. Prado Flores. Livro o qual me impulsionou a presente meditação.
Como anunciar o Evangelho em um mundo moderno materialmente e ao mesmo tempo tão carente espiritualmente? Em um mundo onde as pessoas têm cada vez mais desistido de trilhar pelos caminhos da verdade. Verdade que tem sido ofuscada pelas cegueiras causadas pelo pecado que nos afastam de Deus. Quantos não têm por aí que pensam “quanta balela ouvir pregações e sermões que dizem sempre a mesma coisa. Quanta perda de tempo, o bom mesmo é aproveitar a vida!”
Meus irmãos, como atrair a atenção de pessoas assim para o anúncio do Evangelho se há tantas seduções mais atraentes ao ser humano na face da terra? Como alcançar uma juventude tão dispersa e aliciada por tantas dissimulações de felicidade? Por tantas fraudes de amor? Como enfrentar um inimigo com tantas armas espalhadas pelas ruas, pela tecnologia, pelas drogas, pela promiscuidade, pela concupiscência e tantos outros vícios?
A Palavra de Deus é a mesma ontem, hoje e sempre, mas as pessoas querem mais, estão insaciáveis, mas buscam satisfazer-se com o que há de mais superficial, com o momentâneo, buscam a variação de estilos e a metamorfose de tudo em volta. É muito mais encantador viver os prazeres da carne do que ficar ouvindo sobre salvação da alma. Certo? Errado!
A criatura/obra só se concluí quando acolhe a vontade de seu criador. O ser humano é saciável sim, mas de um alimento muito mais profundo do que ele é capaz de compreender. Deus.
Quem disse que ser cristão é “caretisse”? Quem disse que ser Igreja é ser velho, retrógrado? Ser radical é fazer diferente, é ser diferente, não é moleza muito menos “mesmisse”. Que o digam aqueles que assumiram o desafio de evangelizar, estes sim sabem bem a aventura que se meteram.
Sim, mas então como evangelizar os jovens de hoje? Como tornar vivo o Evangelho se tem tantas armadilhas espalhadas no mundo que o fazem se tornar “morto”?
Tem pessoas que creem que a solução é apresentar um novo Cristo, um novo Evangelho para ver se chama à atenção por sua contemporaneidade. É para rir. Veja o que diz São Paulo:
“ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro Evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. (Gl 1, 8-9)
Assim, volto então à afirmação introdutória desta meditação: “o mundo de hoje não necessita de um novo Evangelho, mas de uma nova evangelização com o poder do Espírito Santo”.
Precisamos como evangelizadores assumir o desafio de uma evangelização nova. O hoje beato João Paulo II nos ensina três aspectos nos quais a evangelização deve ser nova: nova em seu ardor, nova em seus métodos e nova em sua expressão.
Notemos que não é nova em seu conteúdo, pois não existe outro Evangelho senão o anunciado pelo próprio Jesus e repetido pelos apóstolos.
Como ministros da pregação, anunciadores da Boa Nova precisamos arder pelo Evangelho! Que haja um fogo aceso em nós como em Jeremias, que nos impulsione a evangelizar a tempo e contratempo.
Nova em seus métodos. O método é o caminho pedagógico para anunciar o Evangelho. Temos assim o Querigma e a Catequese. O Querigma é o Primeiro Anúncio, proclamar Jesus Vivo, Senhor, Salvador e Messias! Vejamos algumas pregações querigmáticas dos apóstolos. (Ato 2, 14-39; 3,12-26; 4,9-12; 5,29-32; 13,16-41). Não se fala, pois, de uma doutrina ou algo parecido, mas de uma pessoa, de Jesus Cristo!
A catequese deve vir por acompanhamento para dar abundantes frutos do anúncio querigmático, deve vir, portanto, sempre depois do Querigma para que a fé cresça e haja a conversão dos pecadores. Não pode ser mera informação teológica ou doutrinaria, é necessário que o Espírito Santo forme a imagem de Cristo em nós. Não podemos construir uma fé sem a devida solidez e isso só é possível com a devida formação.
Por fim, uma evangelização nova em sua expressão. Para isso, devemos olhar fixamente Jesus Cristo para aprender como Ele transmitia a Boa Nova da salvação. Jesus sempre ensinou o Evangelho de maneira muito simples, próximo da compreensão das pessoas, através de parábolas para facilitar o entendimento dos menos doutrinados, através do conhecimento da Palavra nos discursos com sumos sacerdotes e intelectuais da época.
Jesus é testemunho, é Palavra Viva! Testemunhar é viver a Palavra de Deus. Testemunho e anúncio da Palavra devem andar juntos, eis a verdadeira expressão.
Com toda essa reflexão, não podemos ficar esperando que as pessoas venham até nós, devemos buscar novas formas de pregar o Evangelho e não esperarmos um novo Evangelho. Devemos nos inquietar com a tibieza espiritual que aflige as pessoas e as cegueiras que têm afastado o homem de Deus. Não podemos ficar inertes ou indiferentes.
Coloquemos mochilas nas costas, cajado na mão, força na voz e vamos à uma missão evangelizadora nova. Como escreveu Pe. Emiliano, “não basta pregarmos como sempre fizemos, é necessário mais”. Anunciar todo o Evangelho para todas as criaturas!

Por Obderan