sexta-feira, 30 de março de 2012

Como responder "Não Senhor!", se o "Sim!" abrasa meu coração?

Olá, caros amigos e irmãos, andei meio sumido, mais eis aqui mais uma publicação:
Existem momentos e situações em nossas vidas, que somos convocados ou convidados a cumprirmos uma missão. Mas, a resposta que é dada chega a surpreender a muita gente e a mudança da resposta, devido ao abrasar do coração surpreende muito mais àquele que queria fugir do chamado, da missão.
Da pouca experiência que tenho de Caminhada na Igreja (Pois, 11 anos não é praticamente quase nada. Qual criança de 11 anos pode sair por aí batendo no peito, dizendo: eu já sou independente, já posso fazer tudo o que eu bem entender?), passo-vos um interessante fato: das missões que me foram confiadas, as que foram mais desempenhadas com afinco e determinação, foram aquelas que de cara dei minha resposta nítida e clara: UM NÃO.
Más não foi uma resposta negativa espremida, a fim de que passasse despercebido, foi um Não em alto e bom som.
Dentre os diversos Nãos, que pensei ter dado à pessoa que me convidava, sem entender realmente a quem a resposta era dada (a Jesus) em muitas vezes, tal resposta negativa que era dada à missão confiada, realmente me incomodava. Pois o NÃO ecoava com ruído de medo, incerteza, ou seja, falta de confiança e fé Naquele que nos escolhe e nos capacita, que por misericórdia e amor, nos põe de pé.
Muitas vezes, por fraqueza humana pensamos que somos convidados (convocados) pelo irmão conforme necessidade de se assumir uma missão, somente pela lamentável questão de estar faltando operários na vinha do Senhor, e nós, pelo fato de sempre estarmos presente (por graça de Deus), a missão veio parar em nossas mãos por falta de opção, por que ninguém aceitou, NÃÃÃÃÃÃÃO, Irmãos, FOI O PRÓPRIO DEUS quem nos escolheu, nos ungiu e nos capacitou, alegre-te pelo chamado e escolha, acolha a voz de Deus que ecoa em teu coração.
 Louvado seja Deus pela voz que abrasa o coração. Voz santa, iluminada que em forma de brasa nos motiva a desistir da resposta e antes dada. Então, A DEUS DE CORAÇÃO DAMOS UM SIM, MESMO SABENDO DAS DIVERSAS BARREIRAS E DIFICULDADES QUE SEMPRE IRÃO SURGIR.
 Assim irmãos, atender o chamado de Deus a qualquer (porém especial e abençoada) missão é maravilhoso, pois através do nosso SIM, imitamos a nossa mãe Maria que com a santa resposta a Deus nos trouxe a salvação.
 Que tal amigo (a), que tal irmão, diante de um chamado (de Deus através do irmão), pare, pense, reflita sua resposta, pois as vezes sua boca diz um não, mas dentro de ti já existe a resposta SIM, que abrasa no coração; então: RENDA-SE; A Deus diga SIM e ao mundo, suas sujeiras e enganações: É PRECISO dar a resposta certa: NÃÃÃÃOOOOO.
                                                                   Por Nildo  Martins
Ministro do Ministério de Pregação do Grupo de Oração Vida Nova

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ensinamento da Palavra – A História de um José

    Durante a nossa vida conhecemos algumas histórias de pessoas que nos servem de exemplo, pois mesmo em meio a tantas dificuldades que passam, não deixam de ter um sorriso no rosto e viver felizes porque sabem que o Senhor está com elas.
    Na nossa reflexão voltaremos ao início da Bíblia e perceberemos que por mias que o tempo afaste esse acontecimento, ele ainda é muito presente em nossa realidade. Por isso pegue sua Bíblia em Gn 37, 3-4. 12-13a. 17b-28 e vamos passear um pouco por essa história tão bela, pedindo ao Senhor que nos fale durante todo esse passeio.
    Já nos dois primeiros versículos podemos enxergar algo que é preciso uma luta constante para que não cometamos: o pecado da inveja. José era o filho mais amado por seu pai (por ser o filho de sua velhice) e seus irmãos não gostavam dessa situação de privilégio que ele tinha. Quantas vezes nós temos inveja de alguém por alguma coisa que ele consegue realizar bem ou até mesmo por um bem material daquela pessoa.
    Seus irmãos estavam apascentando os rebanhos do seu pai, então ele enviou José para que fosse ao encontro deles, e enquanto José se aproximava, seus irmãos já tramavam a sua morte. Algo interessante que acontece nesse momento é que mesmo que todos os irmãos quisessem matá-lo, havia um que ainda queria defender José e levá-lo de volta a casa de seu pai. Assim também acontece na nossa vida, por mais difícil que seja a situação que tenhamos que enfrentar pelo Senhor e “todos” estejam contra nós, Ele envia alguém para nos ajudar e nos livrar do mal.
    No final da nossa reflexão com a passagem, é interessante comentar que José ainda foi vendido como escravo pelos seus próprios irmãos e levado para o Egito. Imaginemos só o tamanho da tristeza dele nesse momento, sendo tratado dessa forma por pessoas tão próximas a ele. Mas ele não se deixou abater, e o mais importante, Deus estava com Ele e fazia com que tudo o que ele realizava prosperasse.
    E como ter a certeza de que tudo na vida de José dava certo??? Se tiver a curiosidade de continuar a leitura pelos capítulos seguintes, a história de José não termina por aí. Ele é vendido a um oficial egípcio do faraó e a partir daí continua sofrendo perseguições e é preso, mas o Senhor continuava com ele e até mesmo o chefe da prisão confiava completamente em José. Depois de certo tempo, José acabou ajudando o faraó, então foi liberto da prisão e se tornou o primeiro-ministro do Egito devido à confiança que o faraó depositou nele. Depois de tudo isso, Deus ainda realizou algo inesperado, fez com que os irmãos de José (os mesmos que o tinham vendido como escravo) fossem até o Egito, pois estavam passando necessidade e lá José os reconheceu, mas eles não o reconheceram de início. Nesse momento, José poderia se vingar de tudo que seus irmãos fizeram contra ele, mas entendeu que era a vontade do próprio Deus que isso acontecesse e acolheu-os consigo e ainda reencontrou seu pai antes que ele morresse.
    Que fique mais esse exemplo para nós, diante de tantos Josés, Marias, Anas, Joaquins que conhecemos, lembremos da história desse José, que tanto foi perseguido e sofreu, mas sempre buscou fazer a vontade de Deus na sua vida, e por isso prosperou, mesmo em meio a tantas dificuldades.

     Que a Palavra do Senhor seja sempre uma fonte de aprendizado para as nossas vidas!!!

Por Emílio Junior
Ministro da Pregação do Ministério de Pregação do Grupo de Oração Vida Nova

segunda-feira, 12 de março de 2012

#DicaDeLeitura



#Dica: Para ler com nitidez, copie a imagem pro seu computador e amplie. A mensagem é muito importante!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ensinamento da Palavra – Aprendendo com Jesus

    Diante das tribulações e da correria do dia-a-dia, muitas vezes acabamos nos esquecendo e deixando de praticar belos ensinamentos que o próprio Jesus nos deixou enquanto esteve conosco.
    Por isso, hoje vamos relembrar alguns conselhos simples, mas que se forem praticados fazem a diferença na nossa vida e na vida de quem está ao nosso lado. Então pegue sua Bíblia em Mt 7, 7-12 e faça uma leitura bem calma da passagem, pedindo ao Senhor que abra seus olhos para enxergar o que Ele quer te dizer através da Palavra.
    Os dois primeiros versículos já trazem algo muito interessante para nossa reflexão, pois fala que todo aquele que pede, recebe. Mas é preciso ter uma coisa muito importante para que isso aconteça: FÉ! São inúmeras as vezes que pedimos uma coisa que queremos, mas não acreditamos que o Senhor possa realizar o que desejamos. É preciso acreditar que Ele tudo pode fazer. Uma pergunta importante que surge dessa situação é: “o que estamos pedindo a Ele???” Será que nossos desejos são os mesmos que Ele tem para nós, ou estamos sendo egoístas e pedindo bens que não acrescentam em nada na nossa vida...é importante refletir sobre isso também e mudar no que for necessário.
    Os versículos seguintes fazem uma comparação muito sábia para definir o Amor que Deus tem por todos os seus filhos. Jesus o define como Pai (Divino) e faz a relação com o pai (humano), que mesmo cheio de pecados e limitado faz de tudo para dar bons presentes ao filho, só para vê-lo feliz e realizado, então imaginemos só os presentes que ganhamos do Pai que é perfeito e nos Ama infinitamente, mas nós muitas vezes nem damos importância a esses presentes e desvalorizamos a nossa vida, nosso corpo, nossa família (entre tantos outros...) e esquecemos desse Pai maravilhoso que temos.
    Para concluir, o último versículo nos traz um ensinamento que se fosse praticado por cada um de nós, com certeza teríamos um mundo completamente diferente do que vivemos hoje. Jesus nos diz que tudo que queremos que seja feito para nós, que façamos primeiro para o outro. É simples, se queremos ser amados, amemos o outro; se queremos perdão, perdoemos os outros, e assim também em todas as outras situações.
    Que possamos rever nossas atitudes e criemos dentro de nós a vontade de nos doar ao outro sem desejar recompensa alguma, pois o Amor do nosso Pai, que atende todos os nossos pedidos feitos com fé, já é a melhor recompensa que podemos ter.

    Que a Palavra do Senhor ilumine sempre a nossa vida nos ensinando a ser pessoas melhores!!!


Por Emílio Junior
Ministro do Ministério de Pregação do Grupo de Oração Vida Nova

segunda-feira, 5 de março de 2012

SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO



"O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade."
Is 61, 1

Se você deseja ter uma experiência profunda na sua vida, uma transformação radical,venha junto conosco participar do Seminário de Vida no Espírito Santo. Acontecerá nos dias 09,10 e 11 de março, próximo final de semana, iniciando-se às 21h do dia 09, na sexta-feira, no colégio Leite Neto (próximo ao colégio frei Cristóvão). Se você se sentir chamado a vim participar, faça já a sua inscrição na livraria Adhonai, ao preço simbólico de R$4,00 que já inclui as refeições e a dormida.

Qual a finalidade de um seminário de vida no Espírito?


“A finalidade do Seminário de Vida no Espírito é ajudar os participantes a encontrarem uma vida mais rica e melhor. É o momento de se encontrarem com Cristo e viver as verdades mais fundamentais acerca do Amor de Deus, do Pecado, da Salvação, da Fé, da pessoa de Jesus Cristo, da Efusão e Carismas do Espírito Santo.”

Participem! ;)


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2012

Irmãos e irmãs!
Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras (Heb 10, 24)

A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 3 de Novembro de 2011


BENEDICTUS PP. XVI



Enviado por Tamires Vieira
Coordenadora do Ministério de Pregação do Grupo de Oração Vida Nova