segunda-feira, 19 de maio de 2014

A Síndrome de Herodes

    É bem verdade que "a fé entra pelos ouvidos", porém, se o coração não se abre, continuamos como meros espectadores e não nos deixamos transformar por aquilo que ouvimos. A Palavra de Deus, por si mesma, traz a graça de tocar e transformar nossas vidas, entretanto, somos nós que livremente acolhemos ou não sua ação em nossas vidas. A palavra desse mês está no Evangelho de São Marcos 6, 14-29. Leia atentamente, escute com os ouvidos e também acolha com o coração, medite sobre essa palavra e deixe que ela cresça dentro de você, para isso o silêncio e o recolhimento são o ambiente propício.
    O rei Herodes simplesmente ouviu falar de Jesus, parou naquilo que os outros diziam, e acabou tendo uma impressão errada de quem era Jesus. Isso porque se acostumou a ouvir apenas como um espectador, deixando que as palavras entrassem por um ouvido e saíssem pelo outro, como costumamos dizer! Herodes gostava de ouvir João Batista, ainda que ficasse desconcertado e embaraçado por causa de sua situação de vida errada. Todos nós queremos ouvir a verdade, ainda que ela revele nossas fragilidades, porém, ter a coragem de assumir e mudar de atitude e de vida é o grande desafio.
    A verdade sempre vai incomodar quem não quer mudar de vida! João Batista incomodava Herodes e Herodíades, que viviam em adultério. Porém ambos escolheram continuar errando e preferiram calar quem falava a verdade. Atitude covarde de quem tem medo de mudar e de se converter! Eu e você precisamos fazer uma escolha diferente! Não podemos ficar na postura medíocre de simples espectadores da Palavra de Deus, de quem ouve a Palavra, mas não vive aquilo que ouve. Nós precisamos ouvir a Palavra de Deus com o forte desejo de sermos transformados por aquilo que ouvimos. Certamente isso será exigente para todos nós, mas, sair da nossa zona de acomodação, é sempre necessário.
    Costumamos dizer que 'água parada cria bicho', e é verdade; quando um pouco de água fica empoçada por muito tempo, torna-se um ambiente pronto para o aparecimento de bicho e doenças. Aplicando isso na nossa vida, podemos dizer que, um cristão parado vira um bicho, ou seja, um cristãos que não se converte continuamente, que não rompe o vínculo cômodo do pecado e do vício, acaba se assemelhando a um animal, vive uma vida desfigurada, desumanizada. Foi o que aconteceu com Herodes que, recusando-se a deixar sua vida errada acabou por matar João Batista, resolvendo de forma covarde continuar errando e eliminar quem lhe mostrava a verdade.
    Jesus é a Verdade e essa verdade sempre vai nos provocar a tomar decisões e fazer escolhas. Ainda que sejamos incomodados pelo anúncio da verdade, nossa vida precisa ser por ela transformada, caso contrário, tornamo-nos semelhantes a Herodes, que preferiu eliminar João Batista a se arriscar a mudar de vida. Assim, renunciemos à Síndrome de Herodes, que apresenta resistência à verdade e fúria assassina, buscando resolver as situações eliminando todos que dizem a verdade que não queremos ouvir. "Conhecereis a verdade e ela vos libertará", deixe que essa Verdade transforme a sua vida.


Padre Fabrício (Comunidade Canção Nova)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Santa Catarina de Sena

Santa Catarina de Sena, uma Jovem Incrível!
Como pode ser que alguém tão jovem tenha feito tanta coisa em tão pouco tempo e ainda mais sendo mulher numa época em que as mulheres só cuidavam de suas casas… Só por graça de Deus! Conheça a incrível Santa Catarina de Sena…

A Família de Catarina
Santa Catarina de Sena, nasceu em Siena no dia 25 de março do ano 1347, na Idade Média. Era filha de um tintureiro, chamado Jacopo um cara que tingia lãs, e de mãe muito amorosa, dona Lapa.
Tinha nada mais, nada menos que 24 irmãos, mas só 13 sobreviveram. É que naquela época já era comum ter uns 10 ou 12 filhos e como seus pais tinham filhos gêmeos… Catarina mesmo era gêmea de uma irmãzinha, Giovana, que morreu ainda bebê. Seus pais eram pobres e toda herança que deixaram para ela foi uma boa educação em casa: aprendeu a ser honesta, trabalhadora, bondosa e educada.

A Menina Catarina


Quando tinha cinco anos aprendeu sozinha o Ângelus, que gostava de repetir incessantemente; ao subir e descer as escadas de sua casa, costumava ajoelhar-se em cada degrau para rezar uma Ave-Maria.
No finzinho de uma tarde, Catarina, já com seis anos de idade, estava voltando para casa depois de ter visitado uma de suas irmãs casadas, com seu irmão Stefano, dois anos mais velho que ela e outro menino amigo.
uma ladeira, descendo a rua, Catarina olhou para o alto da Igreja e viu uma coisa tão maravilhosa como nunca sonhara ver: Jesus em um trono real, vestido como um bispo e com a coroa do Papa na cabeça. A seu lado, encontravam-se os apóstolos S. Pedro, S. Paulo e S. João Evangelista. A criança ficou pregada no chão, contemplando como disse mais tarde: “Com todos os olhos do corpo e da alma”. Nosso Senhor sorriu-lhe amavelmente, levantou a mão e abençoou-a com o sinal da cruz, como fazem os bispos… Os rapazes já iam a meio da descida quando Stefano se voltou à procura da irmã e a viu de pé no alto da rua. Chamou-a várias vezes, mas Catarina não se moveu. Ele correu até ela e a pegou no braço. Perguntou: “Oque esta fazendo, Catarina?” Ela fitou-o como se tivesse acordado de um longo sono: “Oh, se tu tivesses visto o que eu vi, tenho a certeza de que nunca me interromperias nem afastarias tão deliciosa visão dos meus olhos”. Quando levantou o olhar de novo, a visão tinha desaparecido, então começou a chorar, desejando nunca ter perdido aquela visão celestial.
Catarina tornou-se chefe de todas as outras crianças da rua, ensinando-lhes jogos que ela própria tinha inventado – isto é, numerosos pequenos atos de devoção.

Curiosidade
No tempo de Catarina não haviam escolas, menos ainda para as meninas. Os meninos estudavam com um monge contratado para ensinar em casa, ou nos mosteiros. As únicas mulheres que sabiam ler e escrever eram as que entravam nos conventos.

Uma Jovem Decidida


Aos 15 anos de idade, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos (era como se fosse uma espécie de clube que viviam as regras que São Domingos escreveu).
Catarina viveu um amor apaixonado por Deus Pai e pelo próximo. Quando ela orava, o seu quarto se iluminava de uma luz forte que saia por todas as frestas, pelas janelas e porta e naquela época nem existia luz elétrica.
Em 1374, quando ela tinha 27 anos, uma peste se alastrou por toda a Europa e ela decidiu cuidar dos enfermos e foi muito admirada e querida principalmente pelos italianos.
Catarina era uma líder, mesmo tão jovem, tinha muitos seguidores que gostavam de ouvir as coisas que ela dizia e lhe pediam conselhos, gente de todas as idades.
Ela era muito querida por ser gentil e bondosa com todos. Um dia soube que um jovem havia sido condenado à morte por um crime e passou a noite toda, antes do enforcamento, na prisão, com a cabeça do jovem em seu colo, falando do Céu e orando por ele.
Em 1376, grupos de manifestantes que odiavam a Igreja, se organizaram nas cidades de Perúgia, Florença, Pisa e Toscânia e decidiram se reunir para matar o papa Gregorio XI. Santa Catarina viajou rápido até Avinhão, cidade onde o papa se encontrava escondido, para ajudá-lo. Ela disse a ele que Jesus o queria em Roma e não escondido, porque a Igreja não podia ficar sem o bom exemplo de seu pastor e que ele não tivesse medo. O papa acreditou em Catarina e deu tudo certo.
Catarina falou muito com as pessoas em palestras, discursos, cartas, sempre pedindo que as pessoas vivessem em paz… Ela não sabia nem ler, nem escrever e ditava suas cartas endereçadas aos papas, aos reis e líderes, como também ao povo humilde.
Deixou-nos um livro lindo chamado “O Diálogo sobre a Divina Providência”, onde ela conversa com Deus Pai e fala do quanto ele é misericordioso e bom.
Por causa desse livro, Catarina foi reconhecida como uma das Doutoras da Igreja.
Santa Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril do ano 1380 e só tinha 33 anos de idade.
Catarina foi canonizada em 1461 pelo Papa Pio II e em 1970, proclamada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI.

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!!!


Colaboração:
Magna Lima